As boas paródias têm sempre uma pitadinha de amor.
(Especialmente dedicado aos inúmeros adeptos portugueses. Gostava que alguém se desse ao trabalho de analisar uma possível correlação entre a popularidade de West Wing na Europa e o interesse crescente pelo espectáculo que é a arena política americana. Confesso que, pessoalmente, sou incapaz de ler a cobertura das Primárias no New York Times sem visualizar os assessores de Obama, McCain, etc, a correrem por corredores imaginários, tropeçando em velhos diálogos de Rock Hudson e Doris Day, com uma orquestra salivante a pontuar os monólogos idealistas do respectivo patrão.
Já agora, parece-me evidente o fatídico momento em que o programa saltou acrobaticamente por cima do tubarão: o episódio 16 ("Drought Conditions") da sexta série. Tendo, contra todas as probabilidades, sobrevivido à saída de Sorkin e à mudança de género - da soberba screwball comedy das primeiras 3 séries e meia para o irregular drama processual das seguintes - acabou por se enterrar no lodo da complexidade baratucha quando uma desesperada equipa de guionistas consultou o manual e decidiu "dar espessura dramática" a Toby Ziegler pondo o homem a chorar e a pedir companhia. Foi horrendo - como se o Mitch das Marés Vivas confessasse de repente que não sabia nadar. Devia haver uma lei federal aprovada por uma maioria de dois terços contra este tipo de coisas. )
(E a verdade verdadinha é que não há, este ano, um candidato tão apelativo como o Alan Alda.)
4 comments:
Nem sequer me digno a comentar.
Só mais uma achega. Por favor, Rogério, tu pega-me nisto: http://pedrosantanalopes.blogspot.com/2008/01/o-adamastor.html
Delicioso! Não consegui parar de rir.
(Alan Alda... Bah.)
Uma Santista e um Santanófobo na mesma caixa de comentários. What are the odds?
Lourenço, não se dão retoques na Capela Sistina: «Ele bem que andava à volta... De há uns tempos para cá andava a vociferar contra a blogoesfera...Eu já sabia onde ele queria chegar, já o tinha dito a dois amigos meus. Já está!..»
O post tem a sua perfeiçãozinha auto-contida; não há nada a fazer-lhe.
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